PROF. MARCONI JOSÉ SOUZA DE BRITO

OIIEEEEE. SEJAM BEM VINDOS AO BLOG BIOLOGIA INTERATIVA.

domingo, 17 de outubro de 2010

DISLIPIDEMIAS UMA HERANÇA MULTIFATORIAL

Placa de ateroma, principal consequência das dilipidemias.

  














Designam-se dislipidemias as alterações metabólicas lipídicas decorrentes de distúrbios em qualquer fase do metabolismo lipídico, que ocasionem repercussão nos níveis séricos das lipoproteínas.
                Quando a dislipidemia é resultado de ações medicamentosas ou conseqüência de alguma doença de base é chamada de secundária. Por exclusão todas as outras formas de dislipidemia são consideradas primárias. Exemplos de causas de dislipidemia secundária são: hipotireoidismo, doenças renais parenquimatosas, diabete melito. O alcoolismo também pode influenciar os níveis de LP, principalmente os triglicérides e o HDL. O uso de medicamentos deve ser minuciosamente investigado. 

São os principais envolvidos nas dislipidemias secundárias: os diuréticos, os beta-bloqueadores, os anticoncepcionais, os corticosteróides e anabolizantes.
                As dislipidemias primárias pode ser dividida em quatro tipos: Hipercolesterolemia isolada, hipertrigliceridemia isolada, hiperlipidemia mista e redução isolada do HDL-colesterol.    
Na prática clínica a grande maioria das dislipidemias primárias é do tipo poligênico, com influência em múltiplos fatores genéticos e ambientais. Em uma pequena porção de casos é possível identificar formas hereditárias com características peculiares e valores muito elevados de determinada lipoproteína. Exemplos: Hipercolesterolemia familiar (CT > 300 e LDL-c > 200); Hipertrigliceridemia familiar ( TG > 500 ); disbetalipoproteinemia (CT > 300 e TG > 300 com elevações proporcionais das duas frações, muito rara ).
Obs: CT = Colesterol total e TG = Triacilglicerois ou Triglicerídeos.
                 A apresentação clínica pode ter particularidades que podem sugerir dislipidemia tipo familiar:
                Eventos coronarianos em pessoas jovens da mesma família;
                Pancreatites recorrentes ou crises freqüentes de dor abdominal inexplicável devem levantar a suspeita de hipertrigliceridemia familiar;
                Sinais do exame físico: Xantomas (plano, tuberoso, tendinosos, eruptivos); Arco Córneo lipídico.
                A forma fenotípica da dislipidemia é definida pela classificação de Fredrickson

                Classificação de Fredrickson

  •  Tipo I => Presença de quilomicrons falta da atividade da lipase lipoproteica devido sua não formação ou devido a não formação da apo C-II. Importante hipertrigliceridemia exogena com TG superiores a 1500mg/dl.
  •  Tipo II => Hipercolesterolemia, devido ausência total ou parcial dos receptores LDL ou defeitos genéticos causando sua disfunção.

                IIa => Exclusivamente hipercolesterolemia > 240 mg/dl
             IIb => Hipercolesterolemia associada a hipertrigliceridemia, ambas com valores entre 250 e 500 mg/dl.
  •  Tipo III => Elevações simultâneas e proporcionais (1:1) do CT e do TG, habitualmente superiores a 300 mg/dl, devido alteração da apo E com incapacidade de metabolização da IDL.
  •  Tipo IV => Hipertrigliceridemia isolada, geralmente maior que 300mg/dl. Defeito não totalmente conhecido podendo ser poligênico. Maior síntese de VLDL acompanhada ou não de incapacidade de sua metabolização.
  •  Tipo V => Hipertrigliceridemia, mas em valores superiores a 1500mg/dl. Ocorre aumento do TG exógeno e endógeno. Ocorre sempre redução da atividade da lipase lipoprotéica e aumento de síntese de VLDL.

Nenhum comentário:

Postar um comentário