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Placa de ateroma, principal consequência das dilipidemias. |
Designam-se dislipidemias as alterações metabólicas lipídicas decorrentes de distúrbios em qualquer fase do metabolismo lipídico, que ocasionem repercussão nos níveis séricos das lipoproteínas.
Quando a dislipidemia é resultado de ações medicamentosas ou conseqüência de alguma doença de base é chamada de secundária. Por exclusão todas as outras formas de dislipidemia são consideradas primárias. Exemplos de causas de dislipidemia secundária são: hipotireoidismo, doenças renais parenquimatosas, diabete melito. O alcoolismo também pode influenciar os níveis de LP, principalmente os triglicérides e o HDL. O uso de medicamentos deve ser minuciosamente investigado.
São os principais envolvidos nas dislipidemias secundárias: os diuréticos, os beta-bloqueadores, os anticoncepcionais, os corticosteróides e anabolizantes.
As dislipidemias primárias pode ser dividida em quatro tipos: Hipercolesterolemia isolada, hipertrigliceridemia isolada, hiperlipidemia mista e redução isolada do HDL-colesterol.
Na prática clínica a grande maioria das dislipidemias primárias é do tipo poligênico, com influência em múltiplos fatores genéticos e ambientais. Em uma pequena porção de casos é possível identificar formas hereditárias com características peculiares e valores muito elevados de determinada lipoproteína. Exemplos: Hipercolesterolemia familiar (CT > 300 e LDL-c > 200); Hipertrigliceridemia familiar ( TG > 500 ); disbetalipoproteinemia (CT > 300 e TG > 300 com elevações proporcionais das duas frações, muito rara ).
Obs: CT = Colesterol total e TG = Triacilglicerois ou Triglicerídeos.
A apresentação clínica pode ter particularidades que podem sugerir dislipidemia tipo familiar:
Eventos coronarianos em pessoas jovens da mesma família;
Pancreatites recorrentes ou crises freqüentes de dor abdominal inexplicável devem levantar a suspeita de hipertrigliceridemia familiar;
Sinais do exame físico: Xantomas (plano, tuberoso, tendinosos, eruptivos); Arco Córneo lipídico.
A forma fenotípica da dislipidemia é definida pela classificação de Fredrickson
Classificação de Fredrickson
- Tipo I => Presença de quilomicrons falta da atividade da lipase lipoproteica devido sua não formação ou devido a não formação da apo C-II. Importante hipertrigliceridemia exogena com TG superiores a 1500mg/dl.
- Tipo II => Hipercolesterolemia, devido ausência total ou parcial dos receptores LDL ou defeitos genéticos causando sua disfunção.
IIa => Exclusivamente hipercolesterolemia > 240 mg/dl
IIb => Hipercolesterolemia associada a hipertrigliceridemia, ambas com valores entre 250 e 500 mg/dl.
- Tipo III => Elevações simultâneas e proporcionais (1:1) do CT e do TG, habitualmente superiores a 300 mg/dl, devido alteração da apo E com incapacidade de metabolização da IDL.
- Tipo IV => Hipertrigliceridemia isolada, geralmente maior que 300mg/dl. Defeito não totalmente conhecido podendo ser poligênico. Maior síntese de VLDL acompanhada ou não de incapacidade de sua metabolização.
- Tipo V => Hipertrigliceridemia, mas em valores superiores a 1500mg/dl. Ocorre aumento do TG exógeno e endógeno. Ocorre sempre redução da atividade da lipase lipoprotéica e aumento de síntese de VLDL.
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